A Origem

Actualmente S. Jorge da Beira, antigamente Cebola. Independentemente do seu nome, é uma terra mineira de gente boa e hospitaleira como não há outra igual.

Existem várias histórias que retratam o porquê do nome Cebola, nome tão fora de comum. Tal nome deve-se ao facto desta localidade estar implantada em cima de uma montanha rochosa, constituída por uma lasca idêntica a de uma cebola.

Existia uma empresa de camionagem do Sr. António Batista, que deste passo para o Sr. Bernardino Monteiro, tendo este em paralelo um negócio de carvão. O qual era preparado na serra amarela, tendo este abastecido em parte o governo para os comboios. Era tão forte o negócio que o Sr. Bernardino Monteiro, chegou a guardar o dinheiro em sacas do carvão no sótão em casa, tendo este vindo a ficar sem nada, talvez á má orientação dos funcionários.

Existia uma fábrica de sumos (gasosas) ao qual chamavam a fábrica de pirolitos.

Nesta altura existia uma padaria que pertencia ao Sr. António Batista, e a sua esposa Maria Augusta no largo da eira. Também existia outra padaria da Sra. Olívia que só cozia broa, pão de milho, na entrada de cebola. Então as pessoas de cebola viviam das minas que por vezes alimentavam estes negócios.

Como as tabernas e mercearias que existiam na povoação: A do Sr. António (Espanhol) à ponte, o Sr. Cardoso, o Sr. Bernardino, o Sr. Morrão, o Sr. Augusto Ferreira, a do Sr. César da venda, o Sr. Aurélio Pacheco, a da Sra. Silvina, a da Sra. Maria José, a do Sr. Alfredo Sapateiro, o Sr. Romão, a Sra. Piedade, o Sr. Vagão, o Sr. Alfredo Dias, o Sr. Camilo, o Sr. José Francisco sócio do Sr. Almeida.

Uma loja de roupas e lãs, e tintas do Sr. José Francisco, que também empregava algumas pessoas na sua quinta, onde criava vacas e vendia o leite.

O Sr. Camilo que também tinha vários empregados tendo dois táxis e uma exploração de minérios com o nome de pesquisa nesta que por vezes encontravam ouro.

Também comprava o minério as mulheres e homens que andavam nas ribeiras e nos filões por baixo da linha que ia do Vale de Ermida para a Panasqueira, tendo sido autorizado as famílias mais populosas a exploração pela empresa BERALT TIN AND WOLFRAM PORTUGAL, SA.

Nesse tempo as pessoas viviam dos seus magros salários, da sua pobre agricultura da pastorícia, e os que não tinham terrenos tomavam de renda os terrenos dos mais abastados, tendo no fim do ano de partir, o renovo ao meio, e alguns ao terço. Assim com o leite, era um dia para o patrão, e outro para o caseiro. Também os cabritos que nasciam, eram divididos de igual forma, não deixando o patrão criar alguns para que o patrão mantivesse o seu rendimento.

Também existia um armazém de vinhos que empregou algumas pessoas, este armazém tinha o nome de Almeidas.

Havia três talhos com carne fresca era do Sr. Alfredo Campos, do Sr. Victor Simão e a Sra. Piedade.

O Sr. António dos Reis Covita também vendia leite das suas vacas entregando pelas portas, assim como a Sra. Rosa dos Trogais.